sábado, 26 de maio de 2018

DETROIT: BECOME HUMAN - Análise

Developer: Quantic Dream

Consola:
  • PlayStation 4 Pro
  • Razer Raiju Controller
  • Razer Leviathan Sound System

PC:
  • Keyboard Razer Epic Chroma
  • Mouse Razer Naga Epic Chroma
  • Monitor AOC U3277PWQU

Mobile:
  • LAIQ Glow





A Quantic Dream já nos habituou a videojogos focados na história, onde as nossas decisões têm grande impacto e existem vários desfechos possíveis. Uma vez mais, as nossas decisões serão marcantes e nada fáceis.

Sendo um jogo completamente focado na narrativa e nas nossas decisões, tentarei não revelar nada de importante, e por isso começarei pelas componentes técnicas. Detroit: Become Human é graficamente um jogo muito bom, mas, infelizmente desequilibrado. As personagens principais estão muito bem criadas, com expressões faciais de topo, grandes texturas e uma grande capacidade para nos parecerem reais numa PS4 Pro. Os cenários são interessantes, bem desenhados e bem conseguidos, com detalhes importantes para criar ambiente e realismo. Infelizmente algumas personagens secundárias não conseguem atingir o mesmo nível de qualidade gráfica. Claro que estas diferenças são normais e usuais, mas gostava de ter visto um melhor equilíbrio entre algumas personagens secundárias.



Na parte sonora o trabalho de vozes está mesmo muito bom. Cada personagem parece viva e credível, com as vozes a encaixarem totalmente nas personalidades e também nos momentos mais emotivos, e neste jogo existem vários momentos desses. A banda sonora é boa, muito ao estilo da Quantic Dream, sendo bastante secundária mas importante e com qualidade suficiente para aumentar os níveis emocionais quando é preciso.

Em termos de jogabilidade a Quantic Dream faz o que nos habituou, um jogo em que controlamos um personagem e teremos de decidir as possíveis ações. Apesar de por vezes os nossos personagens fazerem algo que não queremos, na grande maioria do jogo tudo está bastante intuitivo. Como sempre, este não é um entretenimento que agrade a todos, pois a nossa interação com o jogo limita-se quase na totalidade a decisões, sendo que algumas não serão nada fáceis de se tomar.



Agora passemos de forma muito rápida ao que interessa. Detroit é, tal como se esperava, um jogo sobre o lugar das máquinas na nossa sociedade. Quando as máquinas se tornarem iguais a nós em termos visuais, como as iremos aceitar? Como escravos? Como amigos? Companheiros? Colegas de trabalho? Iremos confiar neles? Esta são as primeiras perguntas do jogo que irão explorar preconceitos e a nossa forma de aceitarmos algo que criamos, mas que não queremos que ocupe o nosso espaço. Sendo nós uma sociedade totalmente dominante no planeta porque assim o desejámos, como aceitaremos algo que pense, fale e se desloque como nós?



Mas Detroit também olha para o outro lado da questão, e é aqui que o enredo se aproxima bastante da nossa atual realidade. Nos direitos. Existem direitos humanos inegáveis, mas deverão ser apenas de humanos? O que é "ser" humano? Até que ponto as máquinas poderão atingir um nível de consciência e auto preservação que os faça lutar por direitos, por igualdade, por não serem apenas objetos. As ligações à nossa realidade são óbvias e bem conseguidas, e mesmo existindo diálogos que falham por parecerem demasiado forçados, no geral estamos perante um novo patamar neste género de jogos e numa obra a ser observada por todos os que queiram uma narrativa forte nos seus produtos. Detroit é emotivo, intenso e faz-nos pensar. Para além disso, é um jogo inesquecível pela sua história, porque poucos jogos conseguiram levar-nos a estados emocionais em que as nossas decisões terão tanto peso e sobre as quais iremos pensar bastante tempo depois de termos terminado o jogo. Um marco do que deve ser a narrativa de um videojogo.



Jogabilidade - 80
Gráficos - 84
Som - 87

Enredo - 89

NOTA FINAL - 85

Luís Pinto

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